segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O terrorismo da França contra o Greenpeace e as questões patrióticas

O Rainbow Warrior afundando após o ataque francêsHá 23 anos, o barco do Greenpeace, o Rainbow Warrior, foi alvo de um atentado terrorista no porto de Auckland, na Nova Zelândia. O atentado foi praticado por agentes do serviço secreto francês numa represália aos protestos (pacíficos) levados à cabo por aquela organização, contra os testes nucleares franceses no Atol de Mururoa.

O covarde ataque à bomba, ocorrido no dia 10 de julho de 1984, provocou a morte do fotógrafo português, Fernando Pereira, de 35 anos e o conseqüênte afundamento da embarcação.

A repercussão que o atentado teve na França seria de envergonhar qualquer um que têm o mínimo de vergonha na cara. O governo de Mitterrand, prometeu tomar as medidas cabíveis, porém, as únicas punições se deram contra membros do governo francês, que ousaram repassar informações para a imprensa; e não houve qualquer investigação a respeito do ataque terrorista em si. O estrago no casco da embarcação, após se içada para a superfícieÉ bom destacar que o episódio despertou pouca reação negativa por parte da opinião pública francesa. Houve sim, uma lamentável onda patriótica contra a Nova Zelândia, por manter dois agentes franceses presos. E segundo nota de Noam Chomsky: "Ambientalistas e grupos pacifistas franceses "hesitaram em desafiar o chauvinismo maciço revelado pelos franceses em relação ao caso do Greenpeace", enquanto o congresso do Partido Socialista deu "uma recepção de herói" ao ministro Hernu (ministro da Defesa), oficialmente responsabilizado pela atrocidade (Diana Johnstone e Elizabeth Schilling, In These Times, 23 de outubro de 1985). O ato terrorista francês contra o greenpeace começou com seu primeiro protesto contra testes nucleares franceses em suas colônias do Pacífico em 1972, quando um caça-minas grancês abalroou e quase afundou seu iate, e vários membros de uma tropa de assalto "subiram a bordo, surraram e quase cegaram David McTaggart (diretor do Greenpeace) e outro membro da tripulação com cassetetes"(James Rdgeway, Village Voice, 8 de outubro de 1985, que aponta também importunação dos soviéticos contra o Greenpeace)."
O tal chauvinismo a que Chomsky se refere também afetou a imprensa francesa como um todo, inclusive aquela dita socialista, como o famoso jornal, Libération.

morra pelo seu paísEscrevo esse tipo de coisa para mostrar ao leitor até que ponto os ditos "interesses nacionais" podem chegar. Faz transbordar no homem o seu lado mais mau-caráter. Na verdade, infelizmente, exemplos não nos faltam. Em nome dos mesmos interesses nacionais, atentados terroristas, assassinatos e até guerras são praticados. No que diz respeito a isso, caro leitor, pouco importa qual a linha ideológica do país em questão. Enquanto continuarmos achando normal e aceitável aquelas idéias patrióticas torpes de que, "meu país é melhor do que o do vizinho", que "temos mais direitos que os outros" e que "em nome do nosso desenvolvimento, tudo vale"; o mundo continuará sendo destruído e guerras ainda continuarão a acontecer. Por fim, não é nenhum exagero afirmar que o patriotismo serve muito mais a escusos interesses políticos-econômicos do que a simples sentimentalismo.

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Abraços!!

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