Há 23 anos, o barco do Greenpeace, o Rainbow Warrior, foi alvo de um atentado terrorista no porto de Auckland, na Nova Zelândia. O atentado foi praticado por agentes do serviço secreto francês numa represália aos protestos (pacíficos) levados à cabo por aquela organização, contra os testes nucleares franceses no Atol de Mururoa.
O covarde ataque à bomba, ocorrido no dia 10 de julho de 1984, provocou a morte do fotógrafo português, Fernando Pereira, de 35 anos e o conseqüênte afundamento da embarcação.
A repercussão que o atentado teve na França seria de envergonhar qualquer um que têm o mínimo de vergonha na cara. O governo de Mitterrand, prometeu tomar as medidas cabíveis, porém, as únicas punições se deram contra membros do governo francês, que ousaram repassar informações para a imprensa; e não houve qualquer investigação a respeito do ataque terrorista em si. É bom destacar que o episódio despertou pouca reação negativa por parte da opinião pública francesa. Houve sim, uma lamentável onda patriótica contra a Nova Zelândia, por manter dois agentes franceses presos. E segundo nota de Noam Chomsky: "Ambientalistas e grupos pacifistas franceses "hesitaram em desafiar o chauvinismo maciço revelado pelos franceses em relação ao caso do Greenpeace", enquanto o congresso do Partido Socialista deu "uma recepção de herói" ao ministro Hernu (ministro da Defesa), oficialmente responsabilizado pela atrocidade (Diana Johnstone e Elizabeth Schilling, In These Times, 23 de outubro de 1985). O ato terrorista francês contra o greenpeace começou com seu primeiro protesto contra testes nucleares franceses em suas colônias do Pacífico em 1972, quando um caça-minas grancês abalroou e quase afundou seu iate, e vários membros de uma tropa de assalto "subiram a bordo, surraram e quase cegaram David McTaggart (diretor do Greenpeace) e outro membro da tripulação com cassetetes"(James Rdgeway, Village Voice, 8 de outubro de 1985, que aponta também importunação dos soviéticos contra o Greenpeace)."
O tal chauvinismo a que Chomsky se refere também afetou a imprensa francesa como um todo, inclusive aquela dita socialista, como o famoso jornal, Libération.
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