Ao contrário do que o lobby israelense tenta passar, não são apenas os grupos árabes que lançam mão de atos terroristas, Israel também se utliza desses recursos (e fartamente). Bom, acho que isso nunca foi novidade alguma pra ninguém. O que talvez o caro leitor desconheça, é que a fundação do Estado de Israel está intimamente ligada à atos criminosos de grupos de extremistas sionistas. As fotos também são muito significativas e mostram o grau de militarização à que chegou aquela sociedade.
A reportagem do jornalista britânico Johann Hari, que apresento logo abaixo, é ao mesmo tempo, reveladora e chocante.
No entanto, se dependesse apenas do que a grande mídia nos transmite, acharíamos (como muita gente acha) que Israel se preocupa muito com a paz mundial; e que está fadado a viver cercado por uma turba ensandecida de palestinos violentos e ignóbeis. Esquecem porém estes, ou melhor, fazem questão de ignorar, o fato de que desde sua fundação Israel ter sua história marcada por crimes de terrorismo e um desprezo latente pelos Direitos Humanos, sendo inclusive acusado pela ONU em diversas ocasiões como um estado terrorista.
Como já dizia aquela série americana: "a verdade está lá fora."
- Israel não deve esquecer sua origem terrorista
por Johann Hari*
Enquanto as forças israelenses matavam mais de 300 civis e expulsavam de seus lares meio milhão de pessoas com o pretexto de erradicar o ‘terrorismo’, uma pequena e amarga ironia histórica não era notada em julho de 2006 em Israel.
Os veteranos de outra organização ‘terrorista’ se reuniram bem na frente das forças israelenses, para celebrar a matança de 91 pessoas, entre elas 28 britânicos, em um hotel de Jerusalém.
Recordaram com carinho os dias em que colocavam bombas que fizeram voar em pedaços civis em ônibus, mercados e cafés, introduzindo essa tática no Oriente Médio.
Lembraram-se de quando cercaram todos os habitantes de uma aldeia – 251 homens, mulheres e crianças- e os mataram a tiros.
Inclusive celebraram a captura de soldados do grupo inimigo, que foram mantidos prisioneiros durante semanas até serem finalmente enforcados.
E essa organização terrorista, foi castigada com um bombardeio da força aérea israelense? Que nada!
Esse grupo se chamava IRGUN e era composto por nacionalistas judeus cujos filhos agora formam parte da elite que governa Israel.
Durante as décadas de 1930 e 1940, puseram bombas em toda a Palestina, tendo como alvos tanto os soldados britânicos como a população civil palestina. Seus objetivos eram: expulsar os britânicos e obrigar, através do terror, que a população palestina aceitasse de maneira incondicional a criação de Israel.
É pouco provável que Ehud Olmert, o primeiro ministro israelense que declarou a ‘guerra ao terror’ condene o IRGUN. Ele passou três anos de sua vida em campos de adestramento, enquanto seus pais contrabandeavam armas para a organização.
Tzipi Livni, a ministra de relações exteriores, que muitos consideram que será a próxima primeira ministra, é filha do diretor de operações militares do IRGUN e orquestrador de matanças de civis.
Enquanto a guerra de 2006 contra o Líbano passava ao primeiro plano de atenção, os combatentes do IRGUN inauguraram uma placa que comemora os 60 anos de sua decisão de fazer voar pelos ares o hotel Rei David.
Se Olmert, Livni e a população israelense pudessem recordar sua própria história familiar de ‘terrorismo’, seriam capazes de ver quão inúteis são suas atuais campanhas militares contra os ‘terroristas’ em Gaza e no Líbano.
(...)
*Johann Hari - premiado dramaturgo e jornalista britânico.
Abraços!!